[Ambientação] Biblioteca.

La vie est belle...

Pouvoir est la savoir, savoir c'est pouvoir!

Elizabeth ainda conseguia se lembrar perfeitamente da primeira vez que ela colocou seus pés na biblioteca de Correrio, já havia ouvido falar tanto da vasta coleção do local e estava incrivelmente ansiosa para finalmente ler e aprender o máximo que lhe fosse possível, hoje em dia, era vista comumente por ali. Seus passos eram leves e sorrateiros, muito bem calculados e tinham uma elegância única, era como se a mulher estivesse flutuando por ali, ela então varreu as estantes com seus olhos, até finalmente encontrar um exemplar que lhe agradasse, ele era novo, grosso e sua capa era de veludo cor vinho com as palavras "O Poder das Ervas" escrito em dourado forte, as páginas eram incrivelmente brancas e a letra forte. A curandeira se sentou em uma das mesas disponíveis e começou a folheá-lo. "A preocupação da humanidade ao longo dos tempos em tratar seus doentes e feridos, foi a maior contribuição para o avanço do estudo do poder das ervas para a cura. Inicialmente, tudo o que se fazia era rezar aos deuses ou honrar tais divindades de alguma forma, como em forma de danças ou até mesmo sacrifícios, mas a medida que o homem progredia, novas descobertas surgiam e eles perceberam que a resposta para tantas perguntas estava ao seu redor, em quase todos os lugares do planeta: as plantas. Os primeiros estudos começaram bem devagar, estavam lidando com algo até então completamente desconhecido, mas a medida que se observava os efeitos positivos que certas ervas traziam ao corpo, a exploração era maior. O responsável pela cura, geralmente é um composto químico que ocorre naturalmente, um extrato ativo que possui características únicas, tal substância medicinal presente nessas ervas, pode ser extraída ao se socar alguma parte dela (folhas, caule, sementes, flores) ou fervendo tais partes. O teixo e o salgueiro são ótimos exemplos de plantas que podem ser usadas na medicina. Apesar de parecer algo simples, não é, o curandeiro, ao receitar um tratamento com tais ervas, precisa calcular muito bem a dose certa a ser aplicada e deve avaliar minuciosamente se tal composto realmente vai ajudar e não intoxicar, quem o manusear. Há muitos livros que possuem informações acerca de uma variedade enorme de plantas medicinais e é importante estudá-los, para saber diferenciar o bom do ruim, neles também há informações sobre plantas tóxicas, se uma planta tem seiva leitosa, por exemplo, há grande probabilidade de ela ter alta toxicidade. De qualquer forma, geralmente há diferenças visíveis entre as plantas comuns e a venenosas, no caso da taioba comestível e da taioba-brava (que é tóxica), muito pode ser percebido, na taioba-brava, os talos são escuros e a parte de cima do 'coração' termina antes de começar o talo, já a taioba comestível possui tom de verde mais claro, tanto o talo quanto a folha, nervuras claras em Y e lobos que se juntam exatamente onde começa o talo (embora isto também ocorra com outras variedades bravas, mas com talos bem roxos, que é um bom parâmetro para diferenciá-las). Os efeitos que se pode adquirir usando apenas as plantas é bem variável e, inclusive, ha um anestésico incrivelmente eficiente que usa apenas ópio, mandrágora e suco de cicuta, ao misturar tudo em uma poção, basta embeber uma esponja seca, deixá-la secar e apenas ao colocar a esponja sob o nariz de alguém, ele ficará inconsciente. Uma prática comum, é dissolver ou cristalizar os compostos químicos que possuem qualidades medicinais e/ou tóxicas, além do mais, vale ressaltar que para se usar tais plantas, é necessário um domínio profundo do assunto e não é recomendado um tratamento baseado completamente no uso de ervas. As substâncias tóxicas podem ser usadas para fins ofensivos, podendo prejudicar alguém de diversas formas e até mesmo causar a morte, dependo da substância e da dose, os conhecedores desses compostos muitas vezes embebem armas com tais líquidos, ou contaminam a comida e a bebida, apesar de que a utilização dessa prática para causar mal ao outro seja extremamente suprimida." Copiou todo este texto, o considerou substancialmente importante, sua letra era perfeita, jamais saía do espaço delimitado pelas linhas e um traço nunca era tinha espessuras desiguais, aproveitou e copiou outras passagens que considerou interessantes, queria estudar tudo aquilo novamente, portante, memorizou o nome do livro. Leu mais páginas durante algumas horas, até finalmente terminá-lo e decidiu se retirar dali, tinha alguns outros compromissos que mereciam certa urgência, mesmo que valorizasse a medicina acima de - quase - tudo. Mesmo que já soubesse de boa parte do que estava ali, também aprendeu coisas novas que, em algum momento, seriam de enorme valor.

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